Opinião médica: Montreal precisa de um bloqueio
O que pensam as autoridades?
Os médicos estão chamando o governo de Quebec para impor um bloqueio em Montreal. Várias cidades da província — Cidade de Quebec, Levy e Gatineau — já implementa severas restrições. A equipe COVID-STOP, que consiste de epidemiologistas e microbiologistas de doenças infecciosas, acredita que as mesmas medidas devem ser aplicadas a Montreal. Eles incluem o fechamento de todos os estabelecimentos secundários, escolas e a imposição de um toque de recolher.
O Dr. Amir Khadir, especialista em doenças infecciosas e microbiologista do Centro Hospitalar Pierre-Le-Gardeur, diz que é hora de parar de esperar por um milagre e esperar que a situação em Montreal permaneça sob controle.
"Penso que seria sábio não esperar pela próxima onda da COVID para nos atingir, mas sim para agir". Neste momento estamos apenas adiando o inevitável", disse ele.
Mas as restrições são apenas parte das medidas necessárias. A Dra. Marie-Michelle Bellon, especialista em medicina interna do Hospital Notre Dame e membro do COVID-STOP, advoga pela prevenção de doenças, pois novas cepas estão se espalhando muito rapidamente por todo o país. Em particular, a equipe COVID-STOP exige um sistema eficaz de purificação do ar nas escolas.
Outro argumento a favor do bloqueio é a vulnerabilidade do sistema de saúde.
"A cada onda, temos um enfraquecimento do sistema de saúde porque perdemos enfermeiros, perdemos cuidadores, perdemos médicos — seja através de demissões, aposentadorias antecipadas, férias ou sendo eles próprios infectados", disse o Dr. Vincent Bouchard-Deschamps, que trabalha na unidade de terapia intensiva do Hospital Notre Dame.
As autoridades do Québec já responderam às alegações do coletivo. Robert Maranda, porta-voz do Departamento de Comunicações do Ministério da Saúde e Serviços Sociais, prometeu que o Quebec tomaria nota dos pedidos. Ele disse que os especialistas em saúde pública estão acompanhando de perto a situação em cada região do Québec e recomendarão medidas mais rigorosas ao governo assim que a situação epidemiológica o justifique.