Os imigrantes no Canadá são mais propensos a morrer da COVID

Um estudo recente descobriu que durante a pandemia, áreas do Canadá com populações de minorias étnicas tinham duas vezes mais probabilidade de relatar mortes da COVID-19 do que áreas com baixa população imigrante.

Entre março e julho de 2020, mais de 8 300 pessoas morreram no Canadá por causa do vírus. Cerca de 67% das mortes ocorreram na província de Québec, 28% foram registradas em Ontário e 3% na Colômbia Britânica.

De acordo com o estudo, a porcentagem de mortes de imigrantes em todos os casos é maior do que a proporção de imigrantes no total da população canadense: 30% dos que morreram eram imigrantes, em comparação com 20% do total da população. Isto é especialmente verdade para homens com menos de 65 anos de idade. A maioria dos imigrantes que morreram vivia em Montreal, Toronto e Vancouver. Além disso, o estudo constatou que entre 44% e 51% das pessoas que morreram da COVID-19 em Vancouver e Toronto eram imigrantes.

Em vários outros estudos, pesquisadores concluíram que os imigrantes correm maior risco de morte porque trabalham na indústria de serviços, podem alugar moradias para muitas pessoas ao mesmo tempo ou morar em casas de várias gerações, e podem ter menos conhecimentos linguísticos e menor alfabetização em saúde.

Andy Yang, que trabalha na Universidade Simon Fraser, disse que os dados do estudo são semelhantes aos que ele tem coletado e estudado nos últimos meses. Seu estudo descobriu que o risco de fatalidades é maior em pessoas que trabalham na manufatura e em famílias onde 3 ou mais pessoas trabalham ou vivem juntas com mais de 5 pessoas. O desconhecimento do idioma, a instabilidade econômica e a discriminação também aumentam o risco.

Entretanto, Jan enfatiza que os imigrantes não têm automaticamente um risco maior de morrer de doenças do que os canadenses nativos. É mais influenciada pelas condições nas quais os imigrantes vivem e trabalham.