Crianças refugiadas da Ucrânia não poderão freqüentar escolas de inglês no Quebec
Com que fundamentos as crianças da Ucrânia estão proibidas de estudar em inglês nas escolas do Québec? Por que a isenção da Carta Francesa não funciona?
De acordo com a lei linguística Québec, as crianças que vêm de outros países para a província devem freqüentar somente escolas públicas que ensinam em francês. Uma associação que representa as escolas inglesas do Quebec está pedindo ao governo provincial que considere permitir que algumas crianças ucranianas freqüentem escolas públicas inglesas por motivos humanitários.
O Presidente da Associação Dan Lamoureux observa que os fundadores da Carta de Quebec da Língua Francesa, René Levesque e Camille Laurent, asseguraram a inclusão de uma cláusula sobre a possibilidade de educação no sistema inglês por razões excepcionais.
"Este é um excelente exemplo do uso de tal disposição", disse ele em uma declaração.
Mas o Ministro da Educação Jean-François Roberge disse na terça-feira passada que estava empenhado em integrar os refugiados no sistema escolar francês. Seu porta-voz, Florent Tanlet, disse que o principal objetivo do ensino do francês aos refugiados da Ucrânia é que eles aprendam a língua de que precisarão para se comunicar de uma forma ou de outra na província.
Tanlet também ressaltou que o governo sempre apoiou os estudantes refugiados com intérpretes e outros serviços. Reginald Fleury, assessor pedagógico do Centro de Serviços Escolares de Montreal, disse que o centro de serviços está atualmente implementando protocolos de hospedagem para famílias enquanto aguarda informações sobre quantos estudantes ucranianos chegarão e onde ficarão. Fleury também aconselhou as escolas do Quebec a realizarem reuniões presenciais com os pais para explicar como funciona o sistema escolar na província e como funciona a vida escolar diária. Ele disse que os próprios estudantes seriam inicialmente emparelhados com mentores encarregados de ajudar os estudantes refugiados a se estabelecerem em seu novo ambiente.
Ao mesmo tempo, o Primeiro Ministro de Quebec François Legault disse que estava aberto à idéia de fazer uma exceção para os refugiados ucranianos como uma solução temporária.
"Como você sabe, as pessoas que vêm para Quebec têm que mandar seus filhos para uma escola francesa, mas nesse ínterim, é claro, vamos acomodá-los", disse ele.
Russell Koopman resumiu que a decisão, em qualquer caso, permanece inteiramente nas mãos do governo do Quebec. Mas ele insiste que, para aqueles alunos que já sabem um pouco de inglês como segunda língua, é perfeitamente razoável, por razões humanas, serem ensinados nas escolas de inglês.
