“Eu me dirijo a você em francês ou em inglês?”

A questão dos idiomas no Canadá está de volta à agenda.

Recentemente, escrevemos sobre o turismo canadense continuar ganhando força e quase atingiu os níveis pré-COVID. A remoção das restrições de viagem e voo também está incentivando os canadenses a viajarem de ponta a ponta de seu país de origem.

No entanto, repetidamente, os canadenses que falam francês têm dificuldades: nem sempre podem receber serviços no idioma de sua preferência, seja em viagens aéreas, de carro ou de trem.

Este problema é mais uma vez abordado por Raymond Theberge, Comissário Oficial de Línguas. Ele já havia levado a questão à atenção dos responsáveis: até agora, em um país onde dois idiomas são reconhecidos como idiomas oficiais, os serviços não são fornecidos aos cidadãos nesses dois idiomas oficiais.

Depois de mais de dois anos da pandemia da COVID-19, os canadenses finalmente conseguiram retornar a um certo grau de normalidade e retomar as atividades que foram suspensas devido às restrições de saúde relacionadas à pandemia. Essa normalidade, no entanto, destacou questões de idioma oficial que eu levantei repetidamente no passado, mas ainda estão muito presentes”, disse Theberge a repórteres na terça-feira após apresentar seu relatório anual.

Seu relatório do ano passado mostra que a Air Canada recebeu o maior número de reclamações sobre esse assunto. As reclamações tendem a ser a falta de serviços e funcionários bilíngues. O relatório também destacou a falta de sinalização em inglês e francês e a falta de sistemas de reserva multilíngues.

Cerca de 495 reclamações foram apresentadas contra instituições de viagens regulamentadas pelo governo federal entre abril de 2022 e o final de março, com 276 dessas reclamações sobre a Air Canada, disse Theberge.

O número de reclamações contra a Air Canada chegou a 495. Mesmo em 2021, quando o diretor da Air Canada estava falando apenas em inglês durante uma de suas apresentações, não houve muitas reclamações.

Não demorou muito para a Air Canada fazer uma declaração.

“Somos uma das poucas empresas canadenses e a única companhia aérea sujeita à Lei de Idiomas Oficiais. Mantivemos nosso compromisso com a lei nos últimos 50 anos, em um setor regido por regras complexas, ao mesmo tempo em que atendemos nossos clientes em mais de 20 idiomas em 51 países, além do Canadá”, disse o porta-voz em um comunicado.

O relatório do comissário também observa que as autoridades aeroportuárias descreveram seus problemas no recrutamento de funcionários bilíngues.